A Polícia Federal em Cruzeiro e o Ministério Público Federal em Guaratinguetá, ambas as cidades em São Paulo, desencadearam nesta quarta-feira (12/3) a Operação Pinóquio para desmontar organização criminosa que atua na sede do Ibama, localizada na Floresta Nacional de Lorena, uma área federal de conservação de espécies da flora e fauna da região do Vale do Paraíba.
Os agentes cumpriram seis mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal de Guaratinguetá. Cinco servidores públicos, entre eles o chefe do Ibama em Lorena, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, após trabalho conjunto da PF e do MPF.
A operação teve início a partir de denúncia anônima junto ao Ministério Público Federal da cidade, em 2006. Diante dos indícios de irregularidades praticadas pelo chefe do Ibama e outros servidores públicos, o Ministério pediu quebra de sigilo telefônico dos envolvidos.
A partir do monitoramento dos diálogos ficou confirmada que há naquela unidade extração irregular de grande quantidade de madeira, que era vendida a serralherias e outras empresas da região.
As investigações apontam que servidores públicos do Ibama, sob o comando da chefia da unidade, também vendiam mudas de plantas com registro sem o recolhimento de taxa federal e praticavam venda ilegal de filhotes de pássaros silvestres. A PF e o MPF apuram também o envolvimento dos investigados em maus tratos e desaparecimento de espécimes da fauna sob custódia do Ibama.
Segundo o MPF, a custódia temporária dos investigados judicialmente autorizada terá a finalidade de garantir o bom andamento das investigações, assegurando que não pratiquem atos que possam dificultar ou prejudicar o trabalho de apuração.
Revista Consultor Jurídico