Presidente do TJAM: “Não vou ficar refém do Sindicato”

O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), desembargador Francisco Auzier Moreira, disse ontem que sua administração está aberta para quem quiser verificar se existe “perseguição de funcionários”, como o Sindicato dos Trabalhadores da Justiça acusou em nota paga publicada no jornal A Crítica. “A remoção de servidores de um segmento para outro faz parte da administração pública. Cargos de confiança são determinação do gestor que não é obrigado a trabalhar com quem não se enquadra no perfil de sua administração”, disse o desembargador, admitindo que essa é uma prática perfeitamente normal em qualquer segmento profissional, que muda de comando. Advertiu o presidente que uma informação sempre tem dois lados. E se alguém tem dúvidas, é só consultar as pessoas que trabalham com ele. “Tenho 30 anos de Magistratura, e a prática da perseguição nunca fez parte da minha história”.

Auzier advertiu que o Tribunal de Justiça do Amazonas jamais ficará refém da Sra. Marilene, presidente do Sintjam, cuja especialidade tem sido “plantar notas com o dinheiro do sindicato em jornais para tentar denegrir a imagem do Judiciário”.
O presidente observou que o Brasil hoje respira o regime democrático em toda sua plenitude, e as relações entre gestores e servidores são outras. Segundo ele, quando o sindicato coloca carro de som e meia dúzia de diretores para xingar, tumultuar e agitar um ambiente de trabalho de um Fórum está “revivendo a superada prática da anarquia”.

“Nossa administração sempre esteve aberta ao diálogo. E a diretoria do sindicato sabe disso, pois esteve aqui, no gabinete da presidência por várias vezes para fazer suas reivindicações livremente. Nunca tranquei a porta do gabinete para nenhum servidor”, desabafou Auzier.

“O Poder Judiciário do Amazonas,
agora, tem dois importantes
períodos: antes e depois do CNJ”
Disse ainda Auzier, que recebeu um Tribunal e ao sair está deixando outro, totalmente reformado pelas ações realizadas em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que mostram resultados animadores para magistrados e servidores do TJ-AM, principalmente no que diz respeito à ética e a modernização da prestação jurisdicional.

“As atividades, voltadas para a modernização, a tecnologia da informação e da comunicação, a capacitação, a prática e a organização cartorária em varas e juizados, são avanços que sem dúvida marcarão a história do Judiciário do Amazonas”, afirmou o presidente.

Para Auzier, no período de 2007 a 2009, não só o Poder Judiciário, mas todos os poderes enfrentaram forte pressão exercida pela mídia e pela sociedade como um todo, que aos poucos vem passando o pais a limpo. A inspeção feita pelo CNJ no TJAM, em fevereiro de 2009 é positiva, acredita o desembargador, porque as ações desenvolvidas permitiram melhor organização das rotinas de trabalho, que repercutem na celeridade da tramitação processual e no incremento da prestação jurisdicional.

― Com as mudanças implementadas, as melhorias beneficiaram servidores, magistrados e usuários da Justiça. As mudanças são percebidas até no novo organograma que estamos trabalhando, que permitirá a modernização do sistema e a padronização das rotinas de trabalho.
Na avaliação de Auzier, que deu total apoio às ações do CNJ, os resultados quantitativos demonstram o êxito das mudanças que vêm sendo realizadas em sua administração, alcançado com a colaboração de magistrados e servidores do TJ-AM.

Auzier se comprometeu a dar continuidade às atividades desenvolvidas em parceria com o Conselho Nacional de Justiça.
― Vou continuar porque a presença do CNJ foi essencial para a melhoria da prestação jurisdicional e das rotinas de trabalho. Tem certeza que, como em outros tribunais do País, o Poder Judiciário do Amazonas, agora, tem dois importantes períodos: antes e depois do CNJ, declarou a servidora.

Lembrou Auzier que Amazonas foi o terceiro estado contemplado com a inspeção do CNJ, e a urgência foi solicitada por ele mesmo que foi a Brasília, em companhia dos desembargadores Arnaldo Carpinteiro Peres e João Simões – na época seu vice -, pedir que o Amazonas fosse um dos primeiros a ser inspecionado. “Por tudo isso, não justifica a campanha insidiosa que vem fazendo contra esta administração. A não ser que isso faça parte da estratégia de sua diretoria para tentar se reeleger através do estilo do denuncismo, prática que também está em desuso no estado democrático. Não sou contra a campanha de D. Marilene, mas não posso admitir que ela use o Judiciário para barganhar votos na sua obsessão pelo poder”.

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