A CPI da Pedofilia do Senado determinou a abertura de 3.261 álbuns de fotografias do site de relacionamentos Orkut, que pertence ao Google. O pedido refere-se às páginas que supostamente abrigam fotos de pedofilia que são bloqueadas por seus donos. Elas só são abertas a usuários autorizados.
Depois de três anos de resistência, o diretor-presidente da Google Brasil, Alexandre Hohagen, assumiu o compromisso de repassar os dados ao Ministério Público Federal e à ONG SaferNet. “Nós vamos cumprir assim que recebermos essas ordens. Mas essa é uma questão técnica. Eu vou ter que avaliar para saber como nós vamos conseguir entregar essas informações em tempo hábil”, disse Hohagen à Agência Senado.
As informações devem ser entregues até o dia 23, quando executivos do portal terão reunião em São Paulo com o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), sub-relator da comissão.
Hohagen prometeu que o Orkut terá em julho uma ferramenta tecnologia para filtrar textos e imagens com conteúdo impróprio. A ferramenta resolverá o problema da veiculação de conteúdo ilícito nas comunidades temáticas, mas não conseguirá impedir os abusos nos álbuns individuais.
Antes do anúncio, o procurador da República Sérgio Suiama havia denunciado a empresa por deletar conteúdos de pedofilia assim que os identificava, sem dar chances de deixar provas que permitissem identificar os responsáveis. O procurador afirmou que cerca de 90% das 56 mil denúncias de pedofilia na internet recebidas nos últimos dois anos referem-se ao Orkut.
O sistema de privacidade do Orkut permite que o usuário bloqueie seu álbum e libere o acesso somente a pessoas adicionadas ao perfil. A blindagem permite que grupos troquem informações sem serem vistos pelos demais usuários.
Revista Consultor Jurídico