Advocacia do Mercosul protesta contra ato de Evo que silencia Ordem boliviana

Líderes da advocacia dos países da América do Sul, reunidos hoje (26) em San Isidro, na Argentina, lançaram um veemente protesto contra o presidente da Bolívia Evo Morales, a quem acusam de tentar silenciar a Ordem dos Advogados daquele país. O presidente boliviano proibiu o pagamento de contribuições àquela entidade por parte dos advogados, o que na prática inviabiliza o seu funcionamento. Os dirigentes da advocacia sul-americana decidiram realizar em La Paz, nos próximos dias, uma manifestação de repúdio contra esse “ato de força do presidente Morales para calar a advocacia” – como classificou o vice-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Vladimir Rossi Lourenço, que representou o País na reunião.

A decisão dos dirigentes da advocacia sul-americana, de repúdio ao ato de Evo Morales proibindo o pagamento de contribuições à Ordem dos Advogados boliviana, foi tomada durante assembléia do Conselho de Colégios e Ordens de Advogados do Mercosul (Coadem), reunida desde ontem em San Isidro. A denúncia contra a atitude de Morales foi feita à assembléia pelo presidente do Colégio Nacional de Advogados da Bolívia, Edwin Tordoya, que marcará a data do protesto após consultas às suas bases no país. A manifestação deve contar com a presença do presidente nacional da OAB, Cezar Britto, e outros dirigentes da entidade. Britto não pode comparecer a San Isidro por cumprir hoje agenda em Recife (PE), onde participa de ato na Assembléia Legislativa em protesto contra assassinatos de quatro advogados naquele Estado nas últimas semanas.

O vice-presidente nacional da OAB, Vladimir Rossi, que representa a Presidência da entidade na assembléia do Coadem, condenou energicamente a decisão de Morales de perseguição à organização dos advogados bolivianos. “Não se pode construir uma democracia calando a voz da advocacia”, protestou. “E a advocacia sul-americana vai se reunir para lançar, em La Paz, um forte brado de protesto contra qualquer abuso que se intente contra a liberdade de expressão, a liberdade de reunião, a liberdade de pensamento e a liberdade do ser humano”.

O ex-presidente nacional da OAB e atual presidente da Comissão de Relações Internacionais da entidade, Roberto Busato, outro representante da entidade presente à reunião do Coadem, também criticou com veemência o atitude do presidente boliviano de proibir a advocacia de pagar contribuições Colégio Nacional dos Advogados daquele país. “Trata-se de um abuso intolerável e abominável, que há de ter resposta à altura da advocacia sul-americana”, afirmou. Além de Vladimir Rossi e Busato, participam da assembléia em San Isidro pela advocacia brasileira o ex-presidente do Coadem, Sérgio Ferraz, e José Anchieta da Silva, delegado da OAB à entidade dos advogados do Mercosul.

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