Feriado Estadual no Estado de Mato Grosso do Sul

CAMINHOS PERCORRIDOS EM MATO GROSSO DO SUL
11/OUTUBRO – FERIADO ESTADUAL
Após a guerra do Paraguai, intensifica-se a migração para o sul de Mato Grosso. Em 1872, José Antônio Pereira acompanhado de dois filhos e mais alguns homens partem de Monte Alegre/MG rumo às terras do sul de Mato Grosso. Atravessam o rio Paranaíba e chegam ao seu destino, passando por Sant’Ana do Paranaíba e pelo rio Sucuriú. Transpõem os cerradões do Rio Pardo e acampam nas terras onduladas da Serra de Maracaju.
Logo após a Guerra da Tríplice Aliança, mais conhecida por Guerra do Paraguai (de 1864 a 1870), fato que manchou de sangue as terras sul-americanas, saiu em busca de terras para que pudesse fixar residência e desenvolver atividades ligadas à produção agropastoril o mineiro José Antônio Pereira, acompanhado de seus filhos Antônio Luís e Joaquim, os escravos João e Manoel e o guia cuiabano Luís Pinto Guimarães. Eles chegaram na confluência de dois córregos, situados na cabeceira do rio Anhanduí, posteriormente chamados de Prosa e Segredo, no dia de 21 de junho de 1872.
Lá encontraram o poconeano João Nepomuceno Costa e sua esposa que mais tarde abandonaram estas terras. Voltando a Minas Gerais, na cidade de Monte Alegre, montou sua comitiva, formada por seus familiares e agregados, provavelmente em número de 62 pessoas. Na volta para a terra escolhida foram acometidos por uma febre que poderia dizimar sua comitiva. José Antônio Pereira fez uma promessa ao santo de sua devoção: se não ocorresse nenhuma baixa, ergueria uma capela em sua homenagem. De fato, não ocorreu nenhuma morte, e a comitiva chegou ao destino final no ano de Nosso Senhor de Jesus, de 1875, onde plantaram a semente da cidade, hoje a mais bela das morenas.
1879 – Construção da capela de Santo Antônio
A fama do vilarejo logo se espalhou, pois o clima ameno, o solo fértil e a posição estratégica eram fatos que atraíam muitos migrantes. Rapidamente o vilarejo tornou-se de vital importância para o comércio de gado bovino, com comerciantes de todas as regiões dirigindo-se para cá em busca de bons negócios. Mineiros e paulistas tornaram- se os grandes colonizadores desta terra. 1886 – Joaquim Silvério Ornelas doou as terras a Santo Antônio – meia légua quadrada, sendo então o Santo o primeiro proprietário de terras da cidade. A doação tornou possível o rápido crescimento do vilarejo.

1899 – 26 de Agosto – aconteceu a elevação da vila em distrito de Paz de acordo com a lei estadual nº 225, com uma área de
105.000 km².
1902 – Implantação do município. O primeiro intendente foi Francisco Mestre.
1909 – Arruamento da cidade foi feito pelo Engº Nilo Javari Barém, tornando Campo Grande uma cidade moderna diferente da maioria das cidades do Brasil. Suas ruas foram traçadas em direção aos pontos cardeais e ortogonais entre si. Para a elaboração da planta de Campo Grande, que seguiu os interesses da ferrovia , destaca-se a participação de Temístocles Paes de Souza Brasil, engenheiro militar.
1911 – Chega a Campo Grande o 1º Juiz de Paz, Arlindo de Andrade Gomes, que se tornou um baluarte no desenvolvimento da cidade ao implantar em sua chácara um viveiro de plantas ornamentais, distribuindo mudas para os campo-grandenses arborizarem suas casas e, por conseguinte, a cidade.
1914 -Fixação definitiva do Exército com a chegada em 8 março a Campo Grande do 5º Regimento de Artilharia Montada, vindo de Aquidauana.
1914 -Em 28 de maio chegou a Estrada de Ferro-NOB- libertando o Estado da navegação platina, e dando grande impulso ao crescimento da cidade e de todo o sul de Mato Grosso. Campo Grande começou a assumir o papel de cidade mais importante do Estado. Junto com a Estrada, chegaram os imigrantes japoneses, muito importantes na formação étnica e cultural da cidade. Neste período, chegaram também os imigrantes do Oriente Médio.
1916 – A cidade já contava com 4.000 habitantes.
1917 – Primeira Escola Salesiana de Campo Grande, atual Colégio Dom Bosco.
1918 – Elevada à categoria de cidade no dia 16 de julho pela Lei nº 772. Tomou posse o intendente Antônio Norberto de Almeida.
1919 – A telefonia ligou a cidade a todo o mundo.
1923 – Inauguração do grande aquartelamento feito em Campo Grande pelo Exército, fato esse que contribuiu para o desenvolvimento da cidade.
1924 – Fundação do Rádio Clube, ainda hoje o mais importante clube social da cidade.
1926 – Chegada a Campo Grande das Irmãs Salesianas, fundadoras do Auxiliadora.
1932 – Sonho de Capital – as elites da cidade apoiaram São Paulo, mas foram vencidas e o sonho postergado para a década de 70.
1941 -Capital econômica arrecadou mais em impostos que as cidades de Cuiabá, Teresina, Florianópolis, Goiânia, que eram capitais de estado.
1948 – Provável inauguração da Rádio Difusora , PRI 7.
1950 – Chegada da Força Aérea Brasileira.
1953 – Inauguração do Aeroporto “Antônio João”
1961 – A FUCMT implantou a FADAFI
1965 – Inauguração da Televisão Morena
1971 – Inauguração do Campus da UEMT, hoje UFMS

1977 -11 de outubro, o sonho se realizou: Campo Grande foi elevada à categoria de capital do novo estado. Enfim, a cidade assume seu papel de destaque perante o país.

1989 -Shopping Campo Grande: a cidade entre as mais importantes no comércio.
1999 – Cem anos de sua elevação a Distrito de Paz, a centenária morena cobre-se de louros e festeja seu primeiro século.
Com o crescimento gradativo da região, como produtora de gado e a dificuldade para a comercialização com São Paulo, o sertanista Manuel da Costa Lima, deu início, em 1900, à abertura de uma estrada boiadeira e carreteira, ligando o povoado de Campo Grande a Porto XV de Novembro (Rio Paraná), hoje a rodovia BR-163, que leva o seu nome.
Outro fator de progresso para Campo Grande e Mato Grosso, foi a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, ligando as duas bacias fluviais: Paraná e Paraguai, e dois países vizinhos: a Bolívia (através do Porto Esperança) e o Paraguai (através de Ponta Porá), em 1907.
Em 1909, chega a Campo Grande o Engenheiro Themístocles Pais de Souza Brasil, designado pelo Exército para realizar os estudos de locação e construção do Quartel-General das Forças Armadas no Sul de Mato Grosso e, também, para projetar a primeira planta da vila e do rocio de Campo Grande.
Em 1910, é criada a Comarca de Campo Grande e, o primeiro juiz, Tobias de Santana, com idéias modernizadoras, influencia várias áreas, desde a pecuária até o urbanismo, convencendo os políticos a traçar a cidade com avenidas e ruas amplas e arborizadas.
A energia elétrica chega em 1916 e, pelo Decreto nº. 772 de 16/07/1918, Campo Grande é elevada à categoria de cidade. De 1921 a 1923, durante a administração do intendente Arlindo Andrade, a Avenida Afonso Pena é urbanizada; as vias principais e secundárias são arborizadas e a Praça Ary Coelho ajardinada.
Em 1930, a cidade já contava com cerca de 12.000 habitantes, 3 agências bancárias, Correios e Telégrafos, várias repartições públicas e estabelecimentos de ensino primário e secundário, abastecimento de água canalizada, luz elétrica, telefone e clubes recreativos. Em 1932, com a Revolução Constitucionalista, o Prefeito de Campo Grande, Dr. Vespasiano Barbosa Martins, alia-se a São Paulo, enquanto a capital do Estado, Cuiabá, recebendo maior influência de Goiás, Rio de Janeiro, Paraná e parte de Minas Gerais, continua legalista. Campo Grande, desse modo, torna-se a Capital do Estado de Maracajú, concretizando um anseio já manifestado desde o início do século: o Sul independente do Norte (de 11 de julho até outubro de 1932). Com a vitória das forças legalistas, frustra-se a campanha divisionista. Esta é reiniciada em 1958, quando o Sul do Estado elegeu a maioria da Assembléia Legislativa Estadual, vindo a ser concretizada somente em 11 de outubro de 1977, pela promulgação da Lei Complementar nº. 31, que elegeu Campo Grande a Capital do Estado de Mato Grosso do Sul.

Carlos Roberto Cerqueira – site:www.ccerqueira.hpg.ig.com.br

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