Mãe acorrentou filho em ato de desespero para protegê-lo, diz Polícia

Para a Polícia Civil, a mulher de 30 anos autuada por maus tratos nesta segunda-feira acorrentava o filho de 12 anos em atitude desesperada de proteção. “É uma mãe desesperada tentando proteger o filho”, resume o delegado João Reis Belo, que nesta tarde ouviu os dois personagens de uma triste situação que pode ser a realidade de muitas outras famílias.

O menino fugia de casa constantemente e para evitar as ‘fugas’, a mãe o prendia. Ele ficava com os pés acorrentados a uma cadeira na varanda da residência localizada no bairro Guanandi.

Conforme o delegado, o garoto não era agredido, não ficava sem alimentos, nem preso em um local fechado e ainda não era acorrentado todos os dias, situação que poderia caracterizar cárcere privado.

Segundo João Reis Belo, os relatos de mãe e filho coincidem, o que indica que nenhum deles mentiu. Ambos falam que a situação é geralmente pela manhã e quando a mãe sai. Ao retornar, o menino é solto.

A mulher o acorrenta, segundo versão apresentada ao delegado, porque o garoto já fugiu de casa várias vezes. Em uma delas ficou quatro dias sem aparecer na residência e até a Polícia foi acionada.

Por várias vezes a criança só volta para casa quando o pai o encontra nas ruas e ele até falou já vendeu entorpecentes. Por causa disso, a Polícia suspeita, de acordo com o delegado, que ele possa estar sendo usado no tráfico de drogas. “A gente suspeita porque não tem outra justificativa para ele estar nas ruas”, avalia o delegado.

“Ela fez isso porque não tinha outra alternativa. Não justifica, é claro, mas ela fez porque não tinha mais o que fazer”, fala João Reis Belo, que autuou a mulher pelos crimes de maus tratos e excesso no meio de correção e disciplina. Ela assinou Termo de Circunstanciado de Ocorrência e foi liberada.

De acordo com o delegado, a mulher já procurou ajuda para ajudar na situação. O menino já foi expulso de cinco escolas, alega não ser usuário de drogas e aparenta não ser agressivo. Ele não tem lesões pelo corpo.

A mãe está abalada emocionalmente e não aparenta desequilíbrio. O caso chegou até a Polícia Militar através de denúncias anônimas.

A reportagem entrou em contanto com a família, mas ninguém quis dar entrevista.

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