Empresário mandou matar advogada em disputa de terras em MT

Após 7 anos de investigações foi concluído o inquérito sobre o caso de assassinato da advogada Irene Bricatte, de Alta Floresta. Segundo o delegado Flávio Henrique Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado, o mandante do crime é o empresário Euclides Dobri. A advogada atuava em processos envolvendo grandes demandas de terras. Um em Aripuanã, com área de 45 mil hectares, pertencente ao empresário. É possível, no entanto, que haja mais envolvidos no crime.

Além do empresário, a Polícia identificou mais três pessoas que atuaram diretamente no crime. São elas: Oslan e Osmar dos Santos Padilha e Ailton Ferreira do Santos. Os três atuaram diretamente na execução da advogada. “Eram pessoas que trabalhavam pra ele ou tinham vinculo empregatício com o mandante” – disse o delegado.

O assassinato da advogada ocorreu no dia 13 de abril de 2004, em pleno centro da cidade, por volta das 11 horas. Irene Bricatte foi morta com oito tiros quando deixava seu escritório, juntamente com o esposo Suetônio Paz, também alvejado.

As investigações, segundo o delegado, foram “árduas e demoradas”, envolvendo depoimento de aproximadamente 40 pessoas. O inquérito é composto de quatro volumes. Os indiciados foram identificados através de provas testemunhais.

Ainda segundo o delegado, uma decisão judicial impediu a identificação de outros possíveis interessados na morte da advogada. “Nós tínhamos uma linha de investigação ainda a ser desenvolvida, no entanto, uma decisão da justiça local contrária a pretensão deste delegado acabou limitando a nossa ação e não conseguimos desenvolver essas diligências”, disse.

Conforme Flávio Stringuetta, a investigação poderia confirmar o uso de um sistema de pagamento para a morte da advogada feito por outros interessados. “Nós temos uma linha de investigação que poderia levar a existência de outras pessoas interessadas na morte da doutora Irene, pessoas que poderiam ter atuado como consórcio, financiando esse crime, mas infelizmente, uma decisão ao nosso ver equivocada do juízo local, nos impediu de desenvolver essas diligências, portanto, voltamos a investigação manual, por assim dizer” – reforçou.

No decorrer das investigações foram expedidos mandados de prisões temporárias contra os executores, entretanto, segundo o delegado, foi negada a prisão de Dobri. “Todos eles foram formalmente indiciados portanto, para o inquérito policial, a evidência de suas participações está clara”, enfatizou.

Algumas testemunhas, que não são de Alta Floresta, ainda deverão ser ouvidas para conclusão do inquérito. Stringuetta reforça que a principal motivação do crime era desentendimento entre vítima e mandante.

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