Aquecimento

Apesar de uma velocidade de 108 mil km por hora, em sua viagem pelo espaço, o planeta terra não está tendo nenhuma fresca nos últimos tempos. O desmatamento da amazônia legal, nossa cota parte do latifúndio mundial, está em processo acelerado e que, sem a proximidade do Governo federal junto a região, esta destruição já é presente em todas as cadeias do sistema ecológico. É bem verdade, pelo que se entende das falas dos cientistas, que o processo de aquecimento global não acontece apenas com a contribuição do homem. É um processo natural, cíclico, de milhões de anos e que pode ter determinado, até, o fim da era dos dinossauros, via excesso de gás carbônico na atmosfera. Fico a pensar o impacto que terá no meio científico, a descoberta de água no planeta Marte. Será um sinal de que podemos, aos poucos, estar seguindo o mesmo caminho.

Mesmo assim, o mundo está aumentando a sua população a taxas exorbitantes. Este aumento ocorre, em sua maior parte, em países de reconhecida incapacidade produtiva e de baixa qualidade de vida, com algumas raras exceções. Isto influencia o desequilíbrio ecológico. China e Índia estão promovendo políticas de controle de natalidade como forma de melhorar a sua capacidade de atendimento social, dentro de padrões qualitativos para um bom desenvolvimento de vida. Esses grandes aglomerados populacionais, como também a explosão demográfica de outros países, estão a exigir o aumento de produção de alimentos no mundo. É claro que isto implica em aumentar a área de plantio dos países produtores. Não há outra forma milagrosa de produzi-los.

O Brasil, como um dos vocacionados neste setor produtivo, tendo como uma das maiores fontes de divisas a produção agrícola, é impulsionado a aumentar, em razão do mercado mundial, a sua área de plantio. Como a região Sudeste e Sul já não tem mais capacidade de aumento na produção do campo, a nova fronteira se expande de forma acelerada em direção ao Centro Oeste, Norte e parte do Nordeste do país. Com isso, torna-se inevitável a destruição de enormes áreas verdes, da vegetação natural, com surgimento de um novo corpo orgânico vegetal. Tal processo, necessário, seria equilibrado se o Governo federal e mesmo estaduais, procurassem determinar, com eficácia, políticas de ocupação administrada. Controles inteligentes, aplicados através de apoio aos produtores, com eficientes resultados e menores danos ao meio ambiente. O que existe, é uma mistura de políticas conflitivas entre interesses de quem produz, dos Governos, dos meios científicos e de instituições que têm a responsabilidade de proteger o meio ambiente. Como resultado desse imbróglio, a natureza, injustamente, paga seus pecados.

Tenho para mim que é urgente o Governo brasileiro começar uma ação imediata para melhor administrar os interesses internos e externos relativos à produção agrícola. Especificamente ao nosso território, reduzir a população faminta que temos por este Brasil afora. Não há, e nem haverá, recursos e produção de alimentos suficientes para atender a esses irmãos famintos. Neste caso, não vejo outra alternativa que não seja a do controle da natalidade, via planejamento familiar, até ocorrer equilíbrio econômico nas regiões mais pobres e desprovidas de alternativas de desenvolvimento. A atuação do Governo, em sentido contrário, ao dar um refresco à população carente com políticas sociais tipo bolsa família, só agrava ainda mais o problema. Os contemplados sentem-se amparados e descobrem que a natalidade é um grande negócio. Até quando o Estado vai aguentar essa conta? Esta situação só aumenta a miséria em nosso país. Recursos que podem ser investidos na recuperação dessa população, são aplicados para aliviar tensões, ocasionadas por esse descontrole do aumento da natalidade, por falta de orientação no planejamento familiar. O mundo, assim como o Brasil, precisa tomar uma atitude. Caso contrário, o aquecimento não será apenas ambiental.

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Raphael Curvo, Advogado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-RJ, e pós-graduado pela Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro.

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