Bolívia investiga projeto com financiamento do BNDES

O projeto de construção de uma estrada na Bolívia, concedido à empreiteira OAS com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) avalizado pelo presidente Lula, está sob investigação da Controladoria-Geral do país depois que quatro avaliações apontaram indícios de superfaturamento e de favorecimento, informa Fabiano Maisonnave em reportagem na Folha. A construtora brasileira foi a única que participou da licitação, concluída no ano passado.

A obra, cujo empréstimo está sendo negociado diretamente entre Lula e Evo Morales, foi orçada em US$ 415 milhões, dos quais 80% a serem financiados pelo BNDES, e ligará o centro ao norte do país. Em conversa telefônica na semana passada a pedido do boliviano, o mandatário brasileiro assegurou a liberação da verba.

Para o Planalto, o eventual financiamento do BNDES à OAS será a solução para evitar um incidente diplomático semelhante à expulsão da Odebrecht no Equador, já que a mesma empreiteira também assinou no fim de fevereiro pré-contrato para assumir a construção de estrada que estava a cargo de outra construtora brasileira, a Queiroz Galvão (QG), desgastada com o governo Morales.

Compensação

A Queiroz Galvão (QG), fez, no final de janeiro, uma proposta ao governo boliviano de transferir a construção da estrada Tarija-Potosí, no sul do país, à OAS. Segundo apurou a reportagem da Folha, a construção da estrada que liga o centro ao norte da Bolívia com financiamento do BNDES, pode estar servindo como uma compensação à OAS para que a empreiteira assuma a obra que era feita pela Queiroz Galvão.

O governo de Evo Morales havia dado prazo até o fim de 2008 para que a Queiroz Galvão decidisse se construiria a estrada, após rejeitar um pedido da empresa para aumentar o custo da obra de US$ 226 milhões para US$ 271 milhões.

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