Justiça de SP paga passagens para réus acompanharem júri

A Justiça Federal de São Paulo pagou passagens para Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde, três capatazes da fazenda Brasília do Sul, na região de Dourados, onde em 2003 o cacique Marcos Veron foi assassinado a pauladas.

O trio é acusado de matar o líder indígena e alegou não ter dinheiro para ir até São Paulo participar do julgamento. Por conta disso, a juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal de São Paulo, decidiu que a Justiça Federal do estado bancasse as passagens aéreas dos réus, que devem chegar à cidade nesta terça-feira, por volta das 11h.

Um quarto acusado pela morte de Veron, Nivaldo Alves Oliveira, está foragido, e o processo em relação a ele foi desmembrado e suspenso.

A juíza federal Paula também rejeitou pedido de afastamento dos dois procuradores de Mato Grosso do Sul e Bahia, designados para acompanhar o júri do caso. A solicitação havia sido feita pela defesa, para impedir que os procuradores da república Marco Antônio Delfino de Almeida (MS) e Vladimir Aras (BA) continuassem atuando na acusação.

Conforme Marco Antônio hoje foram lidas apenas algumas peças que compõem o caso. “Mas o julgamento deve durar dez dias”, adiantou ele.

A acusação tem como titular o procurador da República Roberto Antonio Dassié Diana, de São Paulo. A Funai (Fundação Nacional do Índio) foi admitida como assistente de acusação e será representada no júri pelo procurador federal Derly Fiuza.

O caso foi desaforado de Mato Grosso do Sul para São Paulo, a pedido do MPF (Ministério Público Federal) por considerar que o júri não seria isento no estado, por conta da pressão de fazendeiros e do preconceito contra os índios.

“Os denunciados ficaram presos preventivamente por quase 4 anos e 6 meses, tendo sido soltos por meio de um habeas corpus concedido pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Foi relator o ministro Gilmar Mendes, que reconheceu excesso de prazo na prisão preventiva”, lembrou o MPF em nota oficial.

Em 2008, o Ministério Público ofereceu denúncia contra mais 24 pessoas que estariam envolvidas no crime.

Júri – Quatro homens e três mulheres formam o júri dos três acusados pelo assassinato do líder indígena guarani Marcos Veron.

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