A pedido da desembargadora federal Maria Cecília Pereira de Mello, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a Corregedoria da Polícia Federal abriu sindicância para investigar o delegado da PF Protógenes Queiroz, que em julho deixou a coordenação da Operação Satiagraha. O jornal Folha de S. Paulo informa que a desembargadora quer saber, entre outras coisas, sobre as circunstâncias nas quais foi produzida interceptação telefônica divulgada em julho pelo jornal.
Durante a Operação Satiagraha, a PF interceptou, com ordem judicial, diálogo entre o advogado de Dantas, Nélio Machado, e Humberto Braz. No telefonema, Machado disse a Braz que a desembargadora havia lido o “inquérito”, suposta referência à Satiagraha, e considerado o assunto “gravíssimo”. Machado chama a desembargadora de “amiga”. Maria Cecília é relatora dos processos gerados pela Operação Chacal, desencadeada em 2004 pela PF. A operação investigou suposta espionagem praticada pela Kroll a mando do grupo Opportunity.
Há 20 dias, a turma de Cecília Mello no TRF-3 anulou todos os atos decisórios e enviou para a Justiça comum uma das três ações decorrentes da Chacal, a que investigava a contratação do militar reformado israelense Avner Shemesh em suposta espionagem contra desafetos de Dantas. O telefonema entre Machado e Braz ocorreu no período em que a defesa do banqueiro buscava informações a respeito de um inquérito policial sobre o Opportunity.
A desembargadora afirmou que, para ela, os fatos estão esclarecidos. “Conversei com o doutor Fausto [De Sanctis]. Não tenho mais dúvidas, o tribunal não foi interceptado”, disse Cecília Mello. A juíza contou ter recebido também a visita de Machado em seu gabinete, após a divulgação do telefonema. “Ele veio me pedir desculpas”, disse Cecília. Após consulta, o Conselho Nacional de Justiça eximiu a juíza de irregularidade.
Além da sindicância aberta a pedido da desembargadora, o delegado Protógenes é alvo de um inquérito na PF. O advogado de Protógenes, Luiz Gallo, refutou as suspeitas dos dois procedimentos. “Meu cliente sempre agiu estritamente dentro da lei. Isso ficará provado”, disse Gallo.
Revista Consultor Jurídico
13 de novembro
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