Com PSDB, Senado inicia processo de criação de CPI da Petrobras

BRASÍLIA (Reuters) – Com o PSDB presidindo a sessão do plenário, o Senado deu início nesta sexta-feira ao procedimento de abertura de uma CPI para investigar supostas irregularidades fiscais e em licitações praticadas pela Petrobras. Para ser instalada é preciso percorrer um longo caminho.

Agora, a base governista –interessada em evitar uma investigação política do caso– tem até a meia noite para tentar convencer senadores a retirarem as assinaturas de apoio à CPI. O requerimento foi subscrito por 32 senadores, mais do que as 27 assinaturas necessárias.

Apesar de ser sexta-feira, com poucos parlamentares em Brasília, a regra não exige a presença física do senador para retirar o apoio.

Se os governistas fracassarem, os líderes terão ainda de indicar os participantes da comissão, o que não tem prazo para ocorrer.

“A Petrobras é uma grande empresa e a Petrobras é importante para o Brasil, mas não vejo como uma CPI pode prejudicá-la. A palavra de ordem de todas as grandes empresas hoje é transparência”, afirmou em plenário o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

O governo teme que a CPI atrapalhe a tramitação de projetos de seu interesse e prejudique a imagem da estatal no mercado.

Na quinta-feira, a base aliada fechou um acordo com o DEM para adiar a instalação da CPI em troca da convocação do presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, para rebater as denúncias em uma audiência pública.

Os governistas acreditavam que conseguiriam reduzir a pressão da oposição, mas o PSDB foi na direção contrária.

Na noite passada, os tucanos tentaram ler o requerimento, mas a sessão foi encerrada pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT). Na manhã desta sexta-feira, entretanto, o primeiro vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), permitiu a leitura.

“Ontem, eu me senti violado. Hoje me sinto justiçado e tenho a certeza de que a CPI não vai cair”, comemorou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

Único integrante da base aliada na sessão desta manhã, o senador João Pedro (PT-AM) protestou, mas não conseguiu impedir a manobra dos tucanos.

“Não acredito que essa CPI vá trazer grandes conclusões”, disse o petista.

O requerimento de uma segunda CPI sobre a Petrobras também foi lido, mas não é a prioridade da oposição neste momento. Além disso, foram lidos os pedidos para a criação de comissões para apurar problemas na Amazônia e no sistema educacional do país.

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