O jornalista Roberto Cabrini, preso na terça-feira (15/4) sob acusação de porte de drogas, foi transferido do 100º Distrito Policial, no bairro Jardim Herculano (zona sul), para o 13º DP, no bairro Casa Verde (zona norte). Em carta escrita à mão e encaminhada à imprensa, Cabrini diz que é “vítima de armação”.
Segundo Cabrini e a TV Record, onde ele trabalha como repórter especial do programa Domingo Espectacular, estava fazendo uma reportagem investigativa. Ele conta que investigava o caso antigo da entrevista que fez com o líder do PCC, Marco Camacho. “Jamais parei de investigar e, apesar das inúmeras pressões, sempre tive certeza da autenticidade da entrevista que efetuei em maio de 2006 com o líder da facção, Marcos Camacho”, afirma na carta. As informações são da Folha Online.
Na manhã desta quarta-feira (16/4), a direção da Record soltou nota dizendo que o seu departamento jurídico está acompanhando o caso e que vai prestar a assistência que for necessária ao jornalista. “A Record acredita na Polícia e na Justiça do estado de São Paulo e espera a correta elucidação dos fatos.”
O jornalista disse que foi até o local onde foi preso para pegar três DVDs com informações sobre os ataques do PCC em 2006. “Ao invés de receber fitas, houve, sim, uma abordagem policial”, disse na carta. Ele não explicou de quem era a cocaína que a polícia afirma ter encontrado em seu carro.
Segundo a polícia, ao ser preso Cabrini portava 10 papelotes de 1 grama de cocaína cada. O jornalista foi indiciado por tráfico de entorpecentes, já que a quantidade de droga encontrada em seu carro ultrapassava a de consumo próprio.
A Abraji Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos recomenda a seus associados, que comuniquem antecipadamente as autoridades quando tiverem de passar por situações em que possam ser confundidos com praticantes de atos ilícitos.
Conhecido jornalista de televisão, Cabrini já foi correspondente internacional da TV Globo em Londres e Nova York. Após passagem pelo SBT e pela Bandeirantes, ele foi contratado pela Record este ano.
Leia a nota da Record
A direção da RECORD determinou, logo que teve conhecimento sobre a detenção do repórter Roberto Cabrini, que o departamento jurídico da emissora acompanhe atentamente o caso e preste a assessoria necessária ao jornalista, para que o ocorrido seja esclarecido em breve.
A área de jornalismo da RECORD tinha o registro interno que o repórter estava desenvolvendo uma reportagem de caráter investigativo. Roberto Cabrini é reconhecido pela cobertura de reportagens especiais e por sua trajetória profissional nas principais tevês brasileiras.
A RECORD acredita na Polícia e na Justiça do Estado de São Paulo e espera a correta elucidação dos fatos.
São Paulo, 16 de abril de 2008.
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Revista Consultor Jurídico