Juros caem, mas bancos sobem taxas de fundos

Mesmo com a queda da taxa Selic diminuindo a rentabilidade dos fundos de investimento, a taxa de administração cobrada pelos bancos nos fundos aumentou e em 2008 foi a 2ª mais alta da década, informa reportagem de Toni Sciaretta e Fabricio Vieira, publicada na Folha desta segunda-feira.

Referência para os fundos DI e de renda fixa, a Selic, taxa básica de juros da economia, encerrou 2008 em 13,75% ao ano, depois de atingir 19,75% em 2005 (hoje está em 10,25% e, segundo o mercado, pode chegar a 9,25% até o fim do ano). Já a taxa média de administração de fundos de investimento em 2008, aponta estudo da Fundação Getúlio Vargas, foi de 2,03%, perdendo na década apenas para 2006, quando ficou em 2,71%.

A redução nos juros e as altas taxas de administração fazem com que os fundos de investimento fiquem menos atrativos, em muitos casos empatando ou perdendo em rentabilidade para a poupança. Especialistas dizem que, para sobreviver, os fundos precisarão cortar custos, ganhar eficiência e reduzir as taxas de administração.

“Apenas se os bancos começarem a perceber que o negócio está em risco é que as taxas vão começar a cair. Enquanto tivermos investidores que não reclamem, nada muda”, diz Willian Eid Júnior, coordenador do Centro de Finanças da FGV.

Poupança

Na poupança, a queda dos juros também deve causar mudanças. Na sexta-feira, reportagem da Folha informou que o governo cobrará IR (Imposto de Renda) da poupança a partir de um patamar alto de aplicação –ainda não definido, mas que, nas palavras de um ministro, deixaria isentos “mais de 95%” dos aplicadores. Segundo o Banco Central, menos de 4% dos poupadores têm mais de R$ 20.000.

A incidência de IR sobre grandes aplicações na poupança deve ajudar os fundos a ficarem mais competitivos. Além disso, segundo a reportagem, o presidente pediu à equipe econômica que elabore uma proposta de corte de impostos nos fundos.

Na sexta, Lula disse que o governo ainda não tem nenhuma decisão em relação a uma possível mudança na caderneta de poupança, e que essa discussão deve ocorrer “sem estresse”.

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