Edifício de luxo obriga negra a usar entrada de serviço

por Danúbia Burema

Silvana Regina dos Santos, de 33 anos, acusou funcionários do Edifício Diplomata, em Campo Grande-MS, de preconceito racial. O caso foi denunciado à Polícia Civil. Na delegacia, ela explicou em detalhes o que avalia como discriminação, enfrentada hoje por volta das 10 horas.

Segundo a mulher, ela foi visitar uma amiga que mora no edifício, em frente ao Parque Belmar Fidalgo. Ao chegar no local, o porteiro apontou o braço indicando a entrada dos fundos e não abriu o portão social para que ela entrasse no prédio.

Ela conta que acreditou que se tratasse de um acesso normal, e só percebeu que era a entrada de serviço quando já estava no interior do edifício.

Silvana procurou então o saguão social para chegar ao apartamento da amiga. Após a visita, ela saiu do elevador e ficou aguardando seu cunhado, que havia ficado de buscá-la no saguão principal.

Neste momento, um outro porteiro do prédio teria apontado a saída, dando a entender que era para a mulher se retirar do local. Ao perceber que recebeu tratamento depreciativo, que acredita ter ocorrido por ela ser negra, a vítima procurou o síndico do prédio, mas diz que sequer foi atendida.

A Polícia agora vai investigar se houve mesmo a discriminação.

Os responsáveis pelo edifício foram procurados pelo Campo Grande News, mas nem o zelador nem o síndico foram encontrados para falar sobre o assunto.

Na portaria, os esclarecimentos sobre o caso se resumem a dizer que a mulher que fez a denúncia está ‘completamente equívocada’ e que o condomínio tem regras para os visitantes.

“Isso é problema dela com o apartamento que ela foi visitar”, informou o porteiro que não quis se identificar.

A reportagem também procurou a amiga que Silvana foi visitar, mas no apartamento recebeu a solicitação de não procurar novamente os proprietários porque eles ‘não têm nada a esclarecer’.

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