Economista explica o que a taxa Selic representa no bolso do consumidor

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a cada 45 dias a taxa básica de juros (Selic). Nesta quarta-feira (20), o Comitê decidiu elevar de 12,25% para 12,5% ao ano a taxa, porém, muitas pessoas não sabem o que a mudança de 0,25% pode causar na economia do país.

O professor e economista Everlam Elias Montibeler explica. “A Selic, que é o Sistema de Liquidação e Custódia, trata dos títulos públicos, que são investimentos feitos no Governo (Banco Central) e no Tesouro Nacional. As taxas da economia se baseiam na porcentagem divulgada pelo Copom, ou seja, os juros de todos os outros produtos aumentam ou diminuem de acordo com a Selic”.

O aumento de 0,25% da taxa indica que o país vai deixar de investir R$ 3 bilhões em políticas públicas, para que este dinheiro fique guardado em caso de “emergências”, mas, a alta da taxa Selic contribui para que os preços fiquem mais baixos.

“O Banco Central institui o aumento da taxa de juros quando a demanda de mercadoria é maior que a oferta. Se a população está gastando muito, os juros sobem para diminuir o crédito, assim, há uma redução no consumo que, consequentemente, pode provocar uma queda dos preços”, explica Everlam.

Segundo ele, estamos vivendo uma época de equilíbrio, já que o Governo está dando prioridade à inflação. “Estamos passando por uma fase de baixa inflação e baixo desemprego, é por isso que a taxa básica de juros tende a subir. As pessoas estão gastando mais, já que há oferta de emprego. Quando o desemprego é maior, as pessoas aceitam trabalhar por menos, o que aumenta os custos e os preços”.

De um modo geral, a Selic controla os preços e impacta o mercado a um curto, médio e longo prazo, dependendo do setor. “Temos como exemplo uma montadora de carros. Hoje ela produziu a quantidade de veículos estipulada em seu planejamento, porém, quando ela os colocar no mercado, pode ser que a taxa de juros esteja mais alta e assim faça com que os preços tenham que ser reduzidos, já que não há consumo”, exemplifica o professor.

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