Desvio na linha – Mulher é presa acusada de habilitar telefones para o PCC

Tatiane Melo de Jesus, funcionária de uma empresa que presta serviços para a Telefônica, foi presa, na quarta-feira (29/10), acusada de habilitar linhas de telefones fixos para celulares de presos ligados ao PCC. A investigação do caso foi feita pelo Ministério Público de São Paulo, Polícia Militar e Polícia Civil de São Bernardo do Campo (SP). A Telefônica também colaborou no caso.

O prejuízo da empresa foi calculado em R$ 95 mil com 44 linhas habilitadas irregularmente. Tatiane, de 27 anos, é companheira de Wilson Fernando Batista, conhecido como Perninha, que está preso em Irapuru (SP). Segundo a Polícia, ela confessou ter desviado cerca de 300 linhas.

Segundo a promotora Sandra Reimberg, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, ela habilitava a linha e garantia o uso por sete dias. Tatiane cobrava cerca de R$ 70 para desviar um telefone. Os pagamentos eram feitos por meio de depósitos bancários em nome de parentes de Tatiane.

Conforme as investigações, a funcionária usava uma senha da operadora e reativava linhas fixas que estavam paradas na região. O redirecionamento para celulares era feito por meio do serviço de desvio de chamadas. As ligações, geralmente a cobrar, eram feitas para o número fixo e redirecionadas para os celulares dos presos.

As investigações apontaram que pelo menos 44 linhas teriam sido desviadas pela funcionária. Um levantamento da Telefônica aponta fraude em 5 mil linhas entre outubro de 2007 a outubro de 2008. O prejuízo calculado pela empresa chega a cerca de R$ 890 mil, conforme a promotora.

Foram presas também Valdirene Gatti Marcelo, de 30 anos, colega de Tatiane, que foi apontada por ela como sua auxiliar no esquema; e Samantha Cristine Gonçalves, 22 anos, mulher do suposto chefe da organização, Alexander Jerônimo, conhecido como Michael.

As três foram indiciadas pelos crimes de formação de quadrilha, associação ao tráfico e furto qualificado e encaminhadas à Cadeia Feminina de São Bernardo do Campo. O marido de Samantha e o marido de Tatiane, ambos já presos, foram indiciados pelos mesmos crimes.

O esquema das linhas telefônicas foi descoberto a partir de escutas autorizadas pela Justiça em que foram identificadas as negociações para a obtenção da linha. “Percebemos que não se tratava de um procedimento padrão. Começamos a prestar mais atenção nessa parte e percebemos que teria alguém dentro da empresa facilitando a habilitação da linha clandestina”, disse a promotora Sandra Reimberg.

Revista Consultor Jurídico

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