Reportagem, da edição deste final de semana, da revista Carta Capital apresenta uma lista de pessoas que teriam recebido dinheiro do caixa dois da campanha à reeleição do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Conforme a matéria, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes seria um dos beneficiários e teria recebido R$ 185 mil.
O esquema, segundo a reportagem, era operado pelo publicitário Marcos Valério, que assina a lista, registrada em cartório. Na íntegra dos documentos publicada pela revista, há uma lista de doadores e uma de beneficiários, entre meios de comunicação, institutos de pesquisa e fornecedores diversos, além de governadores, deputados e senadores. Empresas públicas e prefeituras estão entre os doares, embora sejam proibidas pela lesgilação de fazer doações de campanha.
Uma série de documentos entregues à Polícia Federal pelo advogado Dino Miraglia Filho serviu de base para a reportagem. Miraglia Filho representa a família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada em 2000. O advogado afirma que a morte de Cristiana foi “queima de arquivo”. A modelo fez parte do esquema motando na campanha de Azeredo, transportando malas de dinheiro. Ela aparece na lista como destinatária de R$ 1,8 milhão.
Mendes ameaça processar
Mendes negou ter recebido os R$ 185 mil e ameaçou processar a Carta Capital e o site Brasil 247, após a repercussão da reportagem, publicou uma nota no sábado (28/7) na qual relembra que Gilmar Mendes votou pelo arquivamento da denúncia contra Azeredo. No entanto, foi voto vencido e o ex-governador de Minas Gerais é réu na Ação Penal 536, acusado dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Valério diz que documento é falso
Os advogados de defesa de Valério manifestaram em nota que a reportagem da Carta Capital está baseada em “documentos e informações falsas”. Conforme a nota, foram “provavelmente produzidos por pessoa notoriamente conhecida por seu envolvimento em fraudes diversas em Minas Gerais, que recentemente esteve preso acusado de estelionato e que, inclusive, seria beneficiado, de forma no mínimo curiosa, no próprio documento falsificado”. A nota ainda alega confiança no Poder Judiciário e no STF, “repudiando qualquer dúvida que seja levantada sobre a credibilidade, a capacidade jurídica e a imparcialidade do ministro Gilmar Mendes.”
12 de dezembro
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