Promotor militar dos EUA pede 60 anos de prisão para Bradley Manning

A promotoria militar dos Estados Unidos pediu nesta segunda-feira (19/8) 60 anos de prisão para o soldado Bradley Manning. Ele foi condenado por uma corte militar por ter vazado arquivos confidenciais dos órgãos de segurança e defesa do governo daquele país ao site Wikileaks. A sentença do soldado deverá sair nos próximos dias – possivelmente nesta terça-feira (20/8). Além desse período na prisão, foi pedido também uma multa de cem mil dólares e uma menção de desonra militar.

O promotor responsável pelo caso, capitão Joe Morrow, fez um apelo à juíza militar, coronel Denise Lind, para que aplique uma pena severa, afirmando que o soldado “merece passar quase todo o resto de sua vida na prisão”. O objetivo da pena alta, segundo o militar, servirá “para dar um recado a qualquer soldado que esteja pensando em divulgar informações secretas”.

Para Morrow, dificilmente houve um soldado na história dos EUA que tenha mostrado tamanho desrespeito aos interesses de segurança do país. “Essa sentença precisa mostrar que jamais passaremos por uma situação dessas novamente. Se você trai seu país, então não merece misericórdia em uma corte”.

O ex-analista de inteligência júnior, de 25 anos, é acusado de espionagem e fraude eletrônica e pode pegar até 90 anos na cadeia, caso todas as penas as quais foi acusado sejam aplicadas sem atenuante – o que especialistas acreditam ser pouco provável.

A juíza Lind conduz o julgamento em Fort Meade – uma base militar nos arredores de Washington – e decidirá quanto tempo o jovem, que já pediu desculpas, deverá permanecer preso.

Morrow rejeitou os argumentos da defesa, que alegou que Manning foi ingênuo, mas bem intencionado, ao expor os abusos de conduta dos Estados Unidos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

Ao contrário, o promotor disse que os vazamentos são “destrutivos” e afirmou que Manning é um “espião determinado que explorou um sistema imperfeito”. “Manning é o único responsável por seus crimes. Portanto, é o único responsável por seus impactos”.

Morrow também afirma que o vazamento não ocorreu por um erro militar, mas um de comando. “[O vazamento] não ocorreu porque ele presenciou algo terrível. Foi porque ele tinha uma agenda programada”, disse, rejeitando que seu ato poderia abrir um debate sobre as ações das Forças Armadas norte-americanas. “Ele não serviu a um bem maior. Não houve nada de bom, foi tudo destrutivo”.

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