Projeto idealizado por juiz inaugura reforma de R$ 64 mil em escola

Na manhã de quarta-feira (26) foi inaugurada a reforma da Escola Estadual Delmira Ramos, realizada por presos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira que fazem parte do projeto Pintando Educação com Liberdade.

Idealizado pelo juiz da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto, o projeto utiliza tanto a mão de obra quanto o dinheiro dos presos para a reforma de escolas. Por meio de uma portaria editada pelo juiz, foi estabelecido o desconto de 10% no salário de todos os presos que trabalham. Os valores arrecadados são destinados a ajudar no custeio dos próprios presos nos presídios, como também para ações sociais como estas.

Nesta primeira escola contemplada pelo Pintando Educação com Liberdade foram investidos cerca de R$ 64 mil para as obras. Além da pintura total do prédio, houve a reforma de calçadas, banheiros, bebedouro, a revitalização da quadra de esportes, área administrativa, parte hidráulica e elétrica, como também jardinagem, onde foram utilizadas mudas de plantas produzidas no próprio Estabelecimento Penal da Gameleira.

O governador André Puccinelli esteve presente na solenidade de inauguração e afirmou que pretende estender o projeto para todas as escolas da Capital que ainda necessitam de reformas. De forma didática e descontraída, o Governador fez questão de ensinar aos alunos a importância de estudar e de aproveitar as oportunidades que surgem, como os presos agarram esta segunda chance de mostrar que podem fazer algo de bom para a sociedade e de recomeçar suas vidas.

O diretor da Escola Delmira Ramos, Walfrido Machado da Silva, confessou que em um primeiro momento, quando os presos chegaram, no dia 10 de janeiro, acompanhados do diretor da Gameleira, Tarley Cândido Barbosa, para o início dos trabalhos, a situação causou estranheza. Mas hoje ele não mede palavras para elogiar o trabalho transformador feito pelos presos em apenas 40 dias.

O idealizador do Pintando Educação com Liberdade, Albino Coimbra Neto, mencionou que esta comum estranheza da sociedade ao receber num primeiro momento os presos em ações como esta, mostra o que é possível fazer com a mão de obra prisional, demonstrando que o sistema prisional pode ajudar o sistema educacional.

Para o reeducando M.A., que trabalhou como pedreiro na reforma do Delmira Ramos, é muito gratificante trabalhar e receber o carinho das crianças sem qualquer preconceito. Já para o aluno D.P.S., de 12 anos, além de agradecer pelo trabalho feito pelos detentos, ele também tira como lição a história deles, isto é, o caminho a não se seguir.

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