O Ministério da Saúde informou hoje que está trabalhando em regime de urgência para atender a decisão judicial que determinou o fornecimento, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), do medicamento Clorafabine ao menino Filipe Coppo Nogueira Wolff, de 3 anos, vítima de uma doença rara. Mas já avisou: o processo de importação é demorado e pode levar até quatro meses.
É a primeira vez que a Justiça manda fornecer esse medicamento, informou o Ministério. Em nota enviada ao Campo Grande News, o órgão afirma que o processo de importação deve se iniciar na sexta-feira, dia 11. A decisão é provisória e pode ser derrubada, mas o Ministério não falou em recorrer.
De acordo com a nota, o Ministério trabalha para cumprir a decisão o mais breve possível e, ao mesmo tempo, cumprir regras brasileiras de segurança sanitária e as etapas necessárias para a importação do fármaco. “O Clorafabine é importado e não tem registro na Anvisa [Agência Nacional de Vigilência Sanitária]”, diz o texto.
Por isso, prossegue o texto, é necessário que seja realizado um complexo processo de importação para que seja permitida a entrada do medicamento no Brasil, o que geralmente leva em torno de 90 a 120 dias. “O Ministério da Saúde recebeu a determinação Judicial no dia 1º de novembro, com prazo concedido para entrega de medicamento em 4 de novembro”, informa a nota enviada ao site.
Ainda de acordo com o Ministério, a impossibilidade de cumprir o prazo está sendo manifestada à Justiça.
O Ministério informou que, só no ano passado, gastou R$ 132,5 milhões com ações judiciais para fornecimento de medicamentos e foi citado em 3,4 mil ações judiciais com pedidos para fornecer remédios.
Em que pé está-A informação do Ministério é de que, neste momento, está sendo aguardada a cotação oficial do fornecedor exclusivo do Clorafabine, o laboratório Genzyme, para aquisição do medicamento. Cada dose custa é US$ 5.095,32.
Para o tratamento de Filipe, serão necessários 20 frascos do medicamento, totalizando o montante de US$ 101.886,40, acentua o Ministério.
O menino, na verdade, precisa de 30 doses, mas a família já conseguiu uma doação, de R$ 50 mil, para as 10 primeiras, vindas do pecuarista Antônio Moraes. A importação já foi feita, mas a medicação ainda não chegou.
Os problemas de Filipe para iniciar o tratamento são maiores ainda. Antes de começar a receber o Clorafabine, ele precisará ir para os Estados Unidos, para uma consulta com o especialista que pesquisa o uso do medicamento, usado originalmente para leucemia, para tratar a doença que o menino tem. Filipe sofre de histiocitiose de células Langer Hans, doença que afeta vários órgãos, de forma semelhante ao câncer.
A ida aos Estados Unidos está indefinida, por causa da demora no processo de concessão do visto pela Embaixa estadunidense em Brasília.
12 de dezembro
12 de dezembro
12 de dezembro
12 de dezembro