Os membros do Comitê de Luta contra o Genocídio da Juventude Negra ocuparam o prédio da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania de São Paulo durante quatro horas nesta quinta-feira (22/11). Os manifestantes queriam ser recebidos pelo novo secretário de segurança pública, Fernando Grella Vieira.
Ao saírem do prédio, no final da tarde desta quinta-feira, os manifestantes entregaram documento com uma série de reivindicações, entre as quais a desmilitarização da polícia, o fim da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), além de um plano de segurança pública capaz de integrar as necessidades sociais da população. O Comitê também pede a responsabilização do governador e do secretário de Segurança Pública pela violência policial.
“O atual governador do Estado de São Paulo, em recentes declarações, demostrou que a polícia vem agindo de acordo com ordens do seu próprio governo cometendo, portanto, crime de responsabilidade, tendo em vista que fere o direito a vida da população paulista. Afirmou que ‘não recua um milímetro’, pois quem reagir às ações da polícia ‘vai se dar mal’ e, após um recentíssimo caso de chacina operada pela ROTA, [deu] a escandalosa afirmação ‘consoladora’ de ‘quem não reagiu está vivo’. O mesmo governador declarou anos atrás que ‘bandido tem duas opções: ou é prisão ou é caixão’. O resultado tem sido uma nova intensificação de matanças recorrentes nas periferias de São Paulo ao longo dos meses de julho, agosto e setembro de 2012”, dizia o documento entregue pelo Comitê à Secretaria de Segurança Pública.
Para Douglas Belchior, integrante do Comitê, a ação foi vitoriosa. Belchior também comentou a declaração dada nesta quinta-feira pelo delegado-chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima. Durante a posse de Grella, Lima afirmou que os mortos em ataques da Polícia Militar tiveram suas fichas checadas antes de serem atacados e que há indícios de extermínio das vítimas destes ataques.
“A declaração do atual delegado-geral da Polícia Civil ressoa o que o Comitê vem falando há meses, apenas não falou com todas as palavras sobre a existência de milícias atuando em São Paulo”, afirmou Belchior.
Os manifestantes foram atendidos pelo chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, Roberto Fleury. Segundo eles, a Secretaria de Segurança se comprometeu a participar de uma audiência pública marcada para o dia 6 de dezembro na Assembléia Legislativa e organizada pela Comissão de Direitos Humanos da Casa. O Comitê de Luta contra o Genocídio da Juventude Negra também deverá ter uma reunião com o próprio Grella antes da realização da audiência pública.
16 de dezembro
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