O Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, por meio da Coordenadoria da Infância e da Juventude, celebrará na quinta-feira (12), às 10 horas, no Salão Pantanal do TJMS, a assinatura do Convênio entre o Poder Judiciário e os especialistas Dra. Olga Simone Almeida de Paulo Lima, do Instituto de Atendimento Psicológico (IAP), e Dr. Amilton Plácido da Rosa, que irão atender as pessoas encaminhadas pelo Poder Judiciário para atendimento em Constelação Familiar.
A metodologia será usada de forma inovadora nos casos de abusos de crianças e adolescentes, além de propor tratamento para os supostos agressores.
Participarão da assinatura do convênio o presidente do TJMS, Des. João Maria Lós, o coordenador da Infância e Juventude, Des. Eduardo Machado Rocha, juízes que militam na área, promotores de justiça e defensores públicos.
Pela proposta, crianças e adolescentes, vítimas ou testemunhas de abuso e crimes, receberão atendimento em decorrência dos traumas vivenciados. A técnica da Constelação Familiar busca uma abordagem sistêmica ao reconstruir a árvore genealógica de cada indivíduo, para que se possa analisar se os problemas atuais são frutos ou reprodução de problemas ou situações transgeracionais.
A técnica é um método científico, criado pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, amplamente usado no mundo para o resgate da dignidade, imagem corporal, autoestima, afetividade, relações de gênero e interpessoais, não se tratando, portanto, de abordagem religiosa ou mística.
A previsão é que as dinâmicas sejam realizadas de forma individual ou em grupos, com as vítimas e familiares, conduzidos por profissionais especializados em cada abordagem.
A técnica também será utilizada nos casos de adolescente em conflito com a lei, que participarão de dinâmicas junto com seus familiares, revelando sensações e sentimentos profundos, desvendando imagens internalizadas nos bloqueios do fluxo amoroso que possam ter ocorrido nesta ou em gerações anteriores, de forma a serem vistos e removidos.
O trabalho com Constelação Familiar é amplo e poderá ser utilizado em MS em diversos ramos do Judiciário, tais como: crimes contra a criança e o adolescente (7ª Vara Criminal), tribunal do júri, varas de família, vara de violência contra a mulher, vara da infância e juventude (medidas de proteção), adolescentes em conflito com a lei (medidas socioeducativas). O convênio ainda prevê a capacitação de multiplicadores para que o projeto possa se estender para as demais comarcas do Estado.
Saiba mais – O método psicoterapêutico de abordagem sistêmica foi desenvolvido pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger e tem como foco o sistema familiar, pois a família, desde a primeira geração, é uma espécie de rede em que todos os integrantes estão conectados, mesmo que não se conheçam ou tenham vivido na mesma época.
Assim, questões mal resolvidas em uma família podem conduzir seus integrantes – mesmo aqueles que não têm ou tiveram nada a ver com o problema – a um redemoinho de dor, sofrimento, tristeza e até solidão.
Desse modo, membros posteriores acabam repetindo comportamento e destinos difíceis de membros anteriores, e, se o agressor for excluído, o sistema não estará em paz e equilíbrio, pois, conforme explica Bert Hellinger, se o agressor não for parte da família, passa, conforme o grau da agressão, a fazer parte do sistema da vítima.
Neste contexto, a terapia de constelação familiar atuará com os meios necessários para que estes pequenos e seres frágeis, muitas vezes até indefesos, possam superar as marcas implantadas em seu íntimo pelos maus tratos sofridos e pelas experiências desagradáveis pelas quais passaram e receber todas as condições e os impulsos necessários para um crescimento saudável.
O Brasil é um dos primeiros países do mundo a utilizar as constelações familiares no Judiciário para facilitar conciliações e a resolução de conflitos em diversas áreas pela iniciativa pioneira do juiz Sami Storch, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA), que vem sendo replicada em diversos Tribunais e, também, entre advogados e outros profissionais da mediação e conciliação.
Para Sami Storch, a Constelação Familiar é um instrumento que pode melhorar ainda mais os resultados das sessões de conciliação, abrindo espaço para uma Justiça mais humana e eficiente na pacificação dos conflitos.
Fonte: www.tjms.jus.br
15 de dezembro
15 de dezembro
15 de dezembro
15 de dezembro