A Advocacia-Geral da União firmou ontem (23) um acordo com o Grupo OK, que pertence ao ex-senador Luiz Estevão, para o pagamento de R$ 468 milhões aos cofres públicos federais. Como entrada imediata, Estevão – que é um homem muito rico – se comprometeu a pagar R$ 80 milhões. Os restantes R$ 338 milhões serão pagos em 96 parcelas mensais.
Os valores referem-se a duas ações de execução, decididas por conta do desvio de recursos na construção do prédio do Fórum Trabalhista do TRT da 2ª Região (SP) na década de 1990. O dinheiro será repassado aos cofres do Tesouro Nacional. Como garantia de que o pagamento das 96 parcelas será feito, a AGU manterá 1.250 imóveis penhorados, além de R$ 30 milhões do Grupo OK.
Segundo a procuradora-geral da União, Helena Maria de Oliveira Bettero, “é o maior valor já acordado para pagamento em caso de corrupção, na história do País. Representa uma mudança de paradigma. É um resgate de valores muito grande e recompõe o patrimônio público” – afirmou.
O superfaturamento no TRT-2, de São Paulo, ganhou repercussão também devido ao envolvimento do presidente do tribunal, Nicolau dos Santos Neto, o juiz Lalau, que foi aposentado e condenado à prisão domiciliar. E o então senador Luiz Estevão foi cassado devido ao envolvimento na fraude.
“Por incrível que pareça, embora eu negue o crime, é melhor eu pagar e tirar esse aprisionamento”, disse Estevão ao jornal Folha de S.Paulo.
O ex-senador fez uma interpretação, ao seu feitio, de um ditado: “Tem gente que diz devo, não nego e pago quando puder. Eu sou contrário: não devo, nego e pago sob coação”. (Com informações da Agência Brasil).
12 de dezembro
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