Ódio nutrido por 22 anos matou a juíza Patricia Acioli

Um ódio nutrido por 22 anos, que começou no dia 3 de setembro de 1989 no estádio do Maracanã, durante uma partida de futebol entre o Brasil e o Chile, “foi a principal causa da morte da juíza Patrícia Acioli”, executada com 21 tiros no dia 11 de agosto de 2011, em Niterói (RJ).

Esta é a conclusão – do comissário José Carlos Guimarães, chefe da investigação da Divisão de Homicídios – num relatório que aponta o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo) e do 22º BPM (Maré), como o mentor do assassinato. A informação está no jornal O Globo, edição de hoje, em matéria assinada pelos jornalistas Sérgio Ramalho e Antônio Werneck.

Naquele disputado jogo pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Itália, uma confusão na arquibancada levou a então defensora pública Patrícia Acioli e o então tenente Cláudio Luiz Oliveira a uma violenta discussão.

O fato foi parar na 18ª DP (Praça da Bandeira) e o rancor permaneceu, ainda segundo o investigador da DH, até o assassinato da juíza.

O documento de 30 páginas, com um resumo de toda a investigação, já foi entregue ao Ministério Público estadual, que tem até segunda-feira (10) para apresentar a denúncia.

Pelas conclusões da polícia, não há dúvida que os dez policiais militares comandados pelo tenente Daniel Benitez, que chefiava o Grupamento de Ações Táticas do 7º BPM, agiram a mando do tenente-coronel Cláudio.

O tenente Benitez era uma espécie de “pupilo” do comandante e foi quem organizou a execução. Uma das provas para o contado estreito e constante entre o tenente e o tenente-coronel é o número de ligações telefônicas que um fez para o outro.

O tenente-coronel ligou 170 vezes para Benitez entre os dias 18 de junho e 13 de agosto (dois dias depois da morte da juíza) deste ano.

Por sua vez, o tenente falou telefonicamente 237 vezes com o ex-comandante de São Gonçalo entre maio e o dia 13 de agosto deste ano. Ainda segundo a conclusão da polícia, o tenente-coronel “é um dos oficiais mais arrogantes da Polícia Militar, que costumava punir toda a tropa perfilando os militares sob chuva no pátio do batalhão de São Gonçalo”.

Para os policiais da DH, o plano de matar a juíza ganhou força este ano, depois das prisões – por ordem da magistrada – de policiais da P-2 (serviço de inteligência) do 7º BPM acusados de homicídio e de um boato: a juíza investigava o tenente-coronel e pretendia determinar sua prisão.

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