Como antecipado por sua defesa, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) se negou a depor na CPI mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, exercendo seu direito constitucional de permanecer em silêncio durante a reunião.
A posição de Demóstenes causou revolta nos parlamentares, que iniciaram um bate-boca. Em seguida, a sessão foi suspensa pelo presidente Vital do Rêgo.
Demóstenes alegou que já prestou depoimento ao Conselho de Ética na terça-feira, sobre fatos apurados pela comissão parlamentar.
“Anteontem prestei depoimento por mais de cinco horas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado cuja pertinência temática é a mesma desta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito”, justificou o senador.
Requerimento pedindo a dispensa do senador foi protocolado nesta quarta-feira (30) pelos advogados do parlamentar, mas negado pelo presidente da comissão.
Parlamentares protestaram contra a postura do senador goiano.
“Você é um hipócrita! Trabalhou contra o país!”, gritou o deputado Silvio Costa (PTB-PE). “O seu silêncio é a mais perfeita tradução da sua culpa. Seu silêncio escreve em letras garrafais: eu Demóstenes Torres sou sim membro da quadrilha de Cachoeira. Eu, Demóstenes Torres, sou sim o braço legislativo da quadrilha de Cachoeira”, criticou.
O relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), também recriminou a decisão do senador de falar exclusivamente ao Conselho de Ética e disse que o silêncio é um indício de culpa. “O silêncio de vossa excelência não é o silêncio dos inocentes”, disse Odair.
Já o senador Pedro Taques defendeu o direito constitucional e afirmou que a CPI não pode dispensar tratamento diferenciado a Demóstenes por se tratar de um senador. “Pessoas morreram no mundo em razão do direito constitucional de permanecer em silêncio”, defendeu.
19 de dezembro
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