CSN é acusada de dar área contaminada para metalúrgicos construírem casas

Empresa pode ser multada em R$ 87 milhões por danos ambientais e à saúde
Jornal do BrasilTamanho do Texto:+A-AImprimirPublicidadeA Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pode ser multada pela Justiça em R$ 87,1 milhões. A empresa é acusada pelo Ministério Público Federal (MPF), em Volta Redonda (RJ), por supostos danos causados ao meio ambiente e à saúde no bairro Volta Grande IV, naquela cidade sul-fluminense.

De acordo com a ação civil pública proposta pela Procuradoria da República, a CSN doou para o Sindicato dos Metalúrgicos erguer um conjunto habitacional – com o mesmo nome do bairro – no terreno que usara como depósito de resíduos industriais perigosos. Hoje, na área, moram 750 pessoas.

Os resíduos industriais perigosos foram depositados no local sem qualquer cautela e sem um licenciamento ambiental. Estudos realizados na região confirmaram a contaminação do solo e das águas subterrâneas, que escoam para o Rio Paraíba do Sul, assim como a presença de substâncias tóxicas e cancerígenas. Além disso, foi comprovada uma considerável incidência de abortos e leucopenia na população residente no local.

Através de nota, a CSN disse não ter sido notificada da ação do MPF. Ela garantiu, porém, que age “em completa observância às normas ambientais” e cita como exemplo as “mais de duzentas sondagens e a instalação de cinquenta poços de monitoramento para análise do material coletado” no terreno. Segundo a Companhia, “nenhum estudo apontou risco real para a saúde dos moradores de Volta Grande IV”. A nota promete apresentar “provas e argumentos que demonstrarão a conduta responsável da empresa”.

Segundo o procurador da República Rodrigo da Costa Lines, a CSN, além de contaminar a área, ignorou os riscos à saúde da população e não tomou providências para remediar a situação. Sequer acatou as recomendações das empresas de auditoria ambiental que ela mesmo contratou. O representante do MP diz que a companhia sempre se esquivou de cumprir a lei de forma evasiva. Alegou a necessidade de mais estudos, quando, segundo o procurador, algumas das medidas para recuperar a área deveriam ser adotadas imediatamente.

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