Bbom: Justiça apreende Ferraris e Lamborghinis por possível fraude

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta segunda-feira a apreensão de 45 carros de luxo de propriedade da empresa Embrasystem Tecnologia, que atuava com os nomes Bbom e Unepxmil, por suspeita de fraude financeira.

Segundo a assessoria do MPF, entre os veículos estão 18 Mercedes-Benz, quatro Lamborghinis, três Ferraris, uma Maserati e um Rolls Royce Ghost.

A decisão da Justiça Federal é de 16 de agosto, e os bens supostamente adquiridos por meios criminosos foram apreendidos no dia 19, com objetivo de garantir um possível ressarcimento a investidores e aos cofres públicos.

Além dos veículos em nome da Embrasystem, foram sequestrados quatro outros automóveis registrados por João Francisco de Paulo, o sócio-proprietário da empresa.

Conforme o Ministério Público, João Francisco “recebeu em suas contas pessoais mais de R$ 11 milhões e chegou a investir, apenas em maio e junho de 2013, R$ 4 milhões em fundos de previdência privada”.

O MPF acusa a empresa de praticar um suposto esquema de “pirâmide financeira”, sob o disfarce de “marketing multinível”. A Justiça Federal também determinou o sequestro de todos os valores mantidos em instituições financeiras e imóveis em nome da Embrasystem e dos sócios João Francisco de Paulo, Jefferson Bernardo de Lima e José Fernando Klinke. O bloqueio será de R$ 479 milhões para cada um.

Entenda – No início de julho as atividades da Bbom foram suspensas após o MPF-GO entrar com ação acusando a empresa de praticar pirâmide financeira.

O MPF ainda afirmou que o que chamou atenção no caso é que, antes da criação da Bbom, as empresas não movimentaram mais do que R$ 300 mil por ano e, “em pouco mais de seis meses, o fluxo financeiro do grupo aumentou cerca de 3.000%”.

A prática de pirâmide financeira é aquele na qual os participantes são remunerados apenas somente pela indicação de outros indivíduos, sem levar em consideração a real geração de vendas de produtos.

De acordo com o MPF, no caso da Bbom o produto que supostamente sustentaria o negócio é um rastreador de veículos. “Como em outros casos emblemáticos de pirâmide financeira, isso é apenas uma isca para recrutar novos associados”, afirmou o comunicado do ministério.

Segundo o MPF, no sistema adotado pela Bbom, “os interessados associavam-se mediante o pagamento de uma taxa de cadastro (R$ 60) e de um valor de adesão que variava dependendo do plano escolhido, obrigando-se a atrair novos associados e a pagar uma taxa mensal no valor de R$ 80 pelo prazo de 36 meses. O mecanismo de bonificação aos associados era calculado sobre as adesões de novos participantes. Quanto mais gente era trazida para a rede, maior era a premiação prometida”.

“O negócio, porém, não se sustentava com venda do produto ‘rastreador veicular’, que, aliás, para ser comercializado, precisa de autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A agência informou, no processo, que não foi concedida nenhuma autorização para que as empresas condenadas trabalhassem com esse tipo de produto, já que esses rastreadores são considerados uma estação de telecomunicações e necessita de licenciamento pela Anatel”, afirmou o MPF.

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