Associações: Barbosa agiu “de forma desrespeitosa, agressiva e inadequada”

A Associação dos Magistrados Brasileiros, a Associação dos Juízes Federais do Brasil e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho emitiram nota conjunta, na tarde desta terça (09/04), na qual criticam o comportamento do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, durante audiência ocorrida ontem em seu gabinete.

Premeditada – As três associações de classe dos juízes consideram que o presidente da suprema corte e do CNJ, “agiu de forma desrespeitosa, premeditadamente agressiva, grosseira e inadequada para o cargo que ocupa”, quando criticou o apoio das entidades ao projeto que autorizou a ampliação do número de TRFs no país.

A AMB, Ajufe e a Anamatra questionaram a permissão de Joaquim Barbosa para que jornalistas acompanhassem a audiência e, também, o fato do magistrado se dirigir aos profissionais da imprensa – e não aos dirigentes classistas – durante o encontro.

Dificuldades – Noutro trecho da nota, as associações de classe consignaram críticas quanto aos comportamentos de Joaquim Barbosa, que “mostrou sua enorme dificuldade em conviver com quem pensa de modo diferente do seu, pois acredita que somente suas ideias sejam as corretas”.

As três entidades consideraram “absolutamente lamentável” que Joaquim Barbosa tenha tratado com desprezo o Poder Legislativo, advogados e as associações de classe – que representam 20 mil magistrados –, e apoiaram a PEC que criou novos TRFs.

Erro e Futuro – A nota é encerrada com a crítica de que as pessoas passam, mas as instituições permanecem: “A história do Supremo Tribunal Federal contempla grandes presidentes e o futuro há de corrigir os erros presentes”.

Veja a seguir o conteúdo integral da nota conjunta emitida pela Associação dos Magistrados Brasileiros, Associação dos Juízes Federais do Brasil e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.

“Nota Pública – AMB, Ajufe e Anamatra

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), entidades de classe de âmbito nacional da magistratura, considerando o ocorrido ontem (8) no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), vêm a público manifestar-se nos seguintes termos:
1. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, agiu de forma desrespeitosa, premeditadamente agressiva, grosseira e inadequada para o cargo que ocupa.
2. Ao permitir, de forma inédita, que jornalistas acompanhassem a reunião com os dirigentes associativos, demonstrou a intenção de dirigir-se aos jornalistas, e não aos presidentes das associações, com quem pouco dialogou, pois os interrompia sempre que se manifestavam.
3. Ao discutir com dirigentes associativos, Sua Excelência mostrou sua enorme dificuldade em conviver com quem pensa de modo diferente do seu, pois acredita que somente suas ideias sejam as corretas.
4. O modo como tratou as Associações de Classe da Magistratura não encontra precedente na história do Supremo Tribunal Federal, instituição que merece o respeito da Magistratura.
5. Esse respeito foi manifestado pela forma educada e firme com que os dirigentes associativos portaram-se durante a reunião, mas não receberam do ministro reciprocidade.
6. A falta de respeito institucional não se limitou às Associações de Classe, mas também ao Congresso Nacional e à Advocacia, que foram atacados injustificadamente.
7. Dizer que os senadores e deputados teriam sido induzidos a erro por terem aprovado a PEC 544, de 2002, que tramita há mais de dez anos na Câmara dos Deputados ofende não só a inteligência dos parlamentares, mas também a sua liberdade de decidir, segundo as regras democráticas da Constituição da República.
8. É absolutamente lamentável quando aquele que ocupa o mais alto cargo do Poder Judiciário brasileiro manifeste-se com tal desprezo ao Poder Legislativo, aos Advogados e às Associações de Classe da Magistratura, que representam cerca de 20.000 magistrados de todo o país.
9. Os ataques e as palavras desrespeitosas dirigidas às Associações de Classe, especialmente à Ajufe, não se coadunam com a democracia, pois ultrapassam a liberdade de expressão do pensamento.
10. Como tudo na vida, as pessoas passam e as instituições permanecem. A história do Supremo Tribunal Federal contempla grandes presidentes e o futuro há de corrigir os erros presentes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


Você está prestes a ser direcionado à página
Deseja realmente prosseguir?
Atendimento
Init code Huggy.chat