Integrantes do Assentamento Milton Santos desocuparam a sede do Instituto Lula na capital paulista na quinta-feira (24/1). Eles estavam no prédio desde a manhã da quarta-feira (23/1). Os manifestantes juntaram-se a outro grupo do movimento que ocupavam a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Paulo. Uma audiência do presidente do Incra com os assentados ocorrerá ainda hoje.
Segundo a porta-voz dos assentados, Ana Elisa Correia, a decisão de desocupar sinaliza que o movimento está aberto ao diálogo. Cerca de 70 famílias assentadas pelo Incra há sete anos vivem no assentamento, em Americana, no interior do estado de São Paulo. As famílias reivindicam a desapropriação da área por interesse social, única medida legal que pode reverter o despejo, determinado pela Justiça no dia 28 de novembro, e previsto para a próxima semana. “Temos apenas cinco dias para que alguma coisa seja feita. Vamos esperar os encaminhamentos desta negociação e outras ocupações, inclusive, podem ser feitas”, afirmou Ana Elisa.
O conflito pela área teve início em 1976, quando as terras foram confiscadas pelo governo para pagamento de dívida da família Abdalla com a União. Em 1996, a família ganhou na Justiça o direito de retomar a propriedade, mas, segundo o movimento, a matrícula foi mantida em nome do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
No final de 2005, o INSS passou a área para o Incra, que assentou as famílias. Com amparo na ação de 1996, a família Abdalla entrou com pedido de reintegração de posse em maio de 2012 e ganhou. A desocupação está marcada para a semana que vem.
16 de dezembro
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