Amaro era um caseiro que não sabia ler. Ritze se propôs a ensiná-lo, mas nenhum método de ensino, como alfabetização tradicional e formação de sílabas, causava sentido a ele. Foi então que Ritze estudou Paulo Freire na faculdade, e um professor comentou que as pessoas têm leituras, ainda que não saibam ler. Portanto, segundo ele, o interessante seria utilizar situações do dia a dia daquela pessoa para ensiná-la a ler. Era o caso de Amaro, que sabia pegar ônibus e fazer compras em supermercados. E foi assim que Amaro aprendeu a ler. Ritze usou as latas de massa de tomate, os produtos da despensa e os coletivos urbanos para ensiná-lo.
Hoje, Ritze Ferraz ministra oficina de produção de conteúdo a distância. Ela iniciou novo curso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em 25 de junho para 25 servidores, que serão multiplicadores de conteúdo da sua área, por meio virtual. O curso é uma realização da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) da instituição.
Com o caso de Amaro ela ilustrou a ideia de que, para ensinar, é preciso criar significados para o aprendiz. “É importante usar a experiência, a vivência do aluno”, comentou. Segundo ela, na educação a distância é preciso estar atento a quatro perfis: existem os alunos ativos, os reflexivos, os teóricos e os pragmáticos. Portanto, é preciso criar conteúdos específicos, com vistas a atingir as necessidades de cada um desse grupo de alunos. “É preciso afetar a pessoa, envolvê-la emocionalmente”, lembra. Caso contrário, o aprendizado pode tornar-se mais lento, mais difícil.
Ela utilizou ainda outras didáticas, como trabalhos em grupo, para mostrar como conteúdos podem ser criados e aperfeiçoados.
O curso termina amanhã, momento em que os alunos iniciarão seu projeto de conteúdo.
17 de dezembro
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