Na quinta-feira (20) foi realizada, na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, a terceira audiência do caso em que o guarda municipal J.M.F. e o segurança A.B.C. são acusados de assassinar com cinco tiros o delegado aposentado Paulo Magalhães de Araújo. O homicídio ocorreu no fim da tarde do dia 25 de junho de 2013, quando este buscava sua filha na escola, no Bairro Jardim dos Estados, na Capital. Na audiência houve o interrogatório dos réus e foram ouvidas três testemunhas de defesa, sendo que as demais foram dispensadas.
O guarda municipal J.M.F. narrou na audiência que no dia do crime ficou, das 15 horas às 16h45, em uma casa residencial, onde trabalhava como responsável pela segurança, tendo passado em seguida no hospital El Kadri para conversar com um colega.
Afirma o réu que passou a noite na casa do sogro, aguardando a sua esposa sair de um curso, para que eles pudessem voltar para casa, localizada em uma chácara na área rural, quando soube do ocorrido pelo noticiário da televisão.
Disse ainda que, dias após o crime, um homem desconhecido o abordou quando trabalhava e o informou que os policiais iriam matá-lo porque ele havia executado o delegado. Por conta do medo, decidiu se ausentar por alguns dias para contratar um advogado e então se entregar na delegacia, caso fosse necessário.
Já o réu A.B.C. disse que na data do crime andava com o auxílio de muletas, por conta de um acidente de moto que sofreu, e ficou das 16 às 19 horas jogando baralho com outras pessoas em uma casa vizinha a sua. Alegou que soube do ocorrido pela televisão, pois o dono da casa chamou a todos para ver sobre o crime ocorrido. Dois dias após a execução do delegado, procurou sua irmã para que lhe ajudasse a contratar um advogado, pois a população disse que a policia estava a sua procura.
Aduz que, cerca de 20 dias após o crime, avistou da esquina de sua casa a policia invadir sua residência e, com medo, pegou um ônibus e foi para o terminal mais próximo. Em seguida, disse para um amigo que estava com problemas no seu casamento e precisava de um lugar para passar alguns dias. Além disso, disse que perdeu seu celular dias antes da policia invadir sua casa e que não trocou o chip do aparelho. Por fim, alegou que não ameaçou nenhuma testemunha.
A primeira testemunha a ser ouvida foi um senhor que jogava cartas com o réu A.B.C. e outros seis homens desde as 16 horas e soube pela TV que um delegado havia morrido. Ele confirmou que o réu andava de muletas e estava com o joelho machucado no dia do crime.
As outras testemunhas ouvidas são dois vizinhos do réu J.M.F. Estas afirmaram que conhecem o réu há quatro anos e disseram que ele é muito trabalhador, pois, além de ser guarda municipal, realiza os serviços da sua chácara e faz “bicos” em outros serviços para ajudar a família.
Segundo o juiz titular da Vara, Aluízio Pereira dos Santos, a próxima etapa agora é aguardar o resultado das diligências solicitadas pelo Ministério Público e concedidas pelo juiz, e, caso as diligências não sejam frutíferas, o processo segue para as alegações finais.
18 de dezembro
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