Dezessete casos de filhos de perseguidos políticos estão sendo analisados na quinta-feira (21/2), na primeira sessão de turma da Comissão de Anistia de 2013, em Brasília. Alguns também foram diretamente atingidos por atos de exceção, considerados subversivos mesmo sendo crianças. E com momentos tocantes: Silvia Perrone e Vera Pape, amigas de infância no exílio, reencontraram-se 33 anos depois, conforme anotou o secretário nacional de Justiça e presidente da comissão, Paulo Abrão. “Foi um momento bastante simbólico, um reencontro no mesmo tempo em que o Estado pede desculpas por aqueles momentos de angústia”, afirmou o secretário.
Há três anos, as sessões iniciais da Comissão de Anistia são dedicadas a filhos de perseguidos políticos. Abrão lembrou da primeira dessas sessões, três anos atrás, com Carlos Alexandre Azevedo, filho de Dermi Azevedo. “Ele [Carlos] deixou um registro muito bonito. Estava falando pela primeira vez, dizendo que significava muito para a vida dele”, lembrou Abrão.
Carlos foi torturado com apenas um ano e oito meses, na época em que seus pais foram presos. Nunca se recuperou. Na madrugada de domingo (17/2), suicidou-se, aos 40 anos. “A recomposição das liberdades públicas não implica recomposição de outros direitos, como o restabelecimento do horizonte de projetar outra vida”, comentou o secretário.
Hoje, a jornalista Hildegard Angel informou em seu blog que o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro decidiu homenagear Carlos Alexandre, no dia da entrega da Medalha Chico Mendes, em 1º de abril. “O suicídio, há cinco dias, da mais jovem vítima torturada por esses vilões mentirosos com um ano e oito meses de idade apenas, um bebê frágil, inofensivo e desprotegido, que depois se tornou um jovem arredio, soturno, depressivo e triste, vem coroar essa mentirada toda, que até hoje há quem insista em nos impingir”, escreveu.
18 de dezembro
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