Os dados correntes e os prognósticos mostram que crescimento econômico não aparecerá no radar tão cedo. E a resposta a isso no mercado de juros futuros foram taxas testando novas mínimas históricas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
O mês começou com uma série de indicadores industriais apontando para baixo no Brasil, China, Europa e Estados Unidos. O caso mais emblemático foi o americano, pois o ISM industrial caiu abaixo da linha de 50 pontos pela primeira vez desde julho de 2009. Nesse tipo de indicador os 50 pontos são a linha divisória entre crescimento e contração.
Por aqui, o boletim Focus mostrou, também, que não há perspectiva de melhora.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012 estimado pelas instituições consultadas pelo Banco Central (BC) caiu pela oitava semana seguida, de 2,18% para 2,05%. Para 2013, o prognóstico permanece em 4,20%.
Essa avaliação de menor crescimento é acompanhada de redução na previsão de inflação, mas as medianas seguem acima do centro da meta de 4,5%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para 2012 cedeu de 4,95% para 4,93%. Para 2013, a mediana segue em 5,5%. Já o IPCA projetado para 12 meses subiu de 5,48% para 5,5%.
Para a taxa Selic, a mediana está ancorada em 7,5%, ante o juro atual de 8,5%. Em 2013, o juro básico subiria para 9%.
A alta da inflação projetada em 12 meses aliada à queda das taxas de mercado levou o juro real a fazer nova mínima histórica, abaixo da linha de 2% (veja análise nesta página).
Segundo o sócio e gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, os dados ruins de atividade no mercado local e externo e a constante revisão para baixo nos prognósticos para o PIB brasileiro levam o mercado futuro a projetar dois cortes de 0,50 ponto percentual na Selic.
Uma redução de meio ponto viria já na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom) e outro corte é esperado para o encontro dos dias 28 e 29 de agosto.
Segundo Petrassi, como os contratos curtos já têm esse cenário de Selic menor embutido no preço, o espaço para as operações está mesmo nos vencimentos mais longos. Por isso da redução mais expressiva de prêmios nessa parte da curva.
Além do baixo crescimento e do quadro externo pautado pela incerteza, o aumento da inadimplência no mercado local, diz o gestor, é mais um fator a permitir a política de redução de juros.
Na agenda da semana, os agentes acompanham hoje a produção industrial de maio e na quinta o IPCA de junho.
12 de dezembro
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