Operadoras de celular estão bloqueando nos tablets o uso de internet pré-paga, que custa no máximo R$ 15 por mês, para vender planos pós-pagos específicos para os equipamentos, que custam, em média, R$ 50 mensais. A prática vai contra as normas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e contra o Código de Defesa do Consumidor.
O Estado percorreu algumas lojas das quatro maiores empresas de telefonia móvel – Claro, Oi, TIM e Vivo – em Brasília e, em todas elas, a informação dos vendedores é de que as ofertas de internet pré-paga foram bloqueadas para tablets e que agora só valiam para celulares e smartphones. Para tablets e modems 3G, era necessário adquirir um plano pós-pago, que custa bem mais caro. Nos call centers, o discurso foi o mesmo.
A reportagem fez o teste com chips das quatro operadoras no iPad e constatou que Claro e Oi estão desrespeitando a legislação. No caso da TIM e da Vivo, apesar das restrições dos atendentes, o serviço funcionou. Para fazer o teste, porém, foram adquiridos os chips sem especificar que seriam usados no tablet, pois o microchip é o mesmo usado no iPhone 4.
Como o iPad só funciona com um microchip, o teste foi feito com esse dispositivo específico e também com o tradicional, depois de uma adaptação para o tamanho necessário, mantendo-se intacto o chip, que é a parte dourada que fica no verso da logomarca da operadora.
Com a Claro, foi impossível fazer qualquer conexão, pois a operadora, de fato, fez o bloqueio do serviço. Ao tentar acessar qualquer página da internet, aparecem as seguintes mensagens na tela do iPad: “Não pôde acessar a rede de dados do celular”, “Você não está inscrito em um serviço de dados de celular” e “Você não está conectado à internet”. Esses avisos, porém, são emitidos mesmo depois do cadastro do número da linha vinculada ao chip no pacote promocional de R$ 11,90 mensais.
A Oi não comercializa microchip pré-pago. Assim, só foi possível fazer o teste com o chip cortado. A operadora não tem uma oferta específica de internet pré-paga, mas oferece o acesso ao preço de R$ 0,39 por quilobit (Kb) de download, tráfego que é contabilizado em um tempo muito curto de conexão.
Mesmo com o acesso mais caro entre as concorrentes, o serviço não funcionou. Em tela, figuram as mesmas mensagens de erro da Claro. Curiosamente, ao fazer o teste dos chips da Claro e da Oi no iPhone 4, foi possível a conexão à internet.
Ao fazer o teste com a TIM, a conexão de internet ao preço de R$ 0,50 por dia ou R$ 15 por mês foi obtida de forma imediata, tanto no microchip quanto no adaptado. O acesso à internet pré-paga da Vivo pelo valor mensal de R$ 9,90 (a opção de conexão avulsa sai bem mais caro) só funcionou depois que a assessoria de imprensa da companhia enviou uma configuração para ser feita no iPad. Depois desse procedimento, os chips funcionaram.
12 de dezembro
12 de dezembro
12 de dezembro
12 de dezembro