Mato Grosso do Sul é o estado com maior índice de resolução de homicídios do país

Segundo pesquisas realizadas recentemente pelo instituto Sou da Paz, o estado de MS tem 55,2% de homicídio solucionados contra 4,3% do pior estado do Ranking que é o Pará.

Utilizando agentes infiltrados nos locais de homicídio, o delegado titular de uma das áreas mais violentas de Campo Grande/MS, Fernando Lopes Nogueira, adaptando uma metodologia que havia visto na Colômbia, os agentes passaram ir ao local do crime descaracterizados antes da chegada dos primeiros policiais fardados. Aproveitavam o grupo de curiosos que se forma quando alguém morre para ouvir os rumores encontrar as primeiras pistas do crime.

“Normalmente as pessoas têm medo de falar com a polícia. Mas muitas vezes sabem o que aconteceu, quem matou, quem é inimigo de quem” diz Nogueira que também é professor e ouvidor da UFMS.

Com esse método, o estado consegue encontrar o suspeito de um homicídio em mais de 55% dos casos enquanto São Paulo soluciona 39% e o Rio de Janeiro apenas 12%.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, os bons índices podem ser explicados por dois motivos: investimento em inteligência policial e integração entre as polícias.

“Normalmente, essas polícias se odeiam” diz o cientista político Guaracy Mingari. Segundo ele, a troca de informações entre policiais pode ajudar muito na resolução de casos, porque o PM que faz a patrulha no local conhece melhor a realidade da área e sabe quem é inimigo de quem.

Outro ponto a destacar é a preservação da cena do crime, fundamental para o trabalho da perícia. Em muitos estados, isso não ocorre, por falta de condições materiais, despreparo ou até intencionalmente.

O índice de MS apesar de ser bom, ainda está abaixo de países desenvolvidos como no Canadá que é de 84% e nos Estados Unidos chega a 66%.  Mas com dedicação e constante investimento em pessoas, tecnologia e inteligência administrativa com certeza um dia chegaremos lá.

Matéria completa publicada no jornal folha de São Paulo do dia 9 de julho de 2018

Com apoio do instituto Sou da Paz


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