Constelação familiar: juízes de RO são primeiros a concluir formação

Depois de dois anos de formação, divididos em 12 módulos, a Justiça de Rondônia forma a primeira turma institucional de Constelação Familiar, técnica inovadora que promove a conciliação, a humanização e a celeridade quando aplicada no âmbito do Judiciário. O Tribunal de Rondônia foi o primeiro a institucionalizar a formação para uso da nova ferramenta na Justiça estadual.

O último módulo, aplicado pelo especialista colombiano Jorge Llanos, por meio da Escola da Magistratura, ocorreu na última semana, com a participação de 34 magistrados, que agora estão aptos a utilizar as técnicas no cotidiano de trabalho. Eles receberão a certificação internacional de consteladores, e estarão aptos a atuar em processos judiciais e projetos terapêuticos de mediação de conflitos.

“A formação em si já amplia o olhar do magistrado para uma perspectiva sistêmica do processo”, afirmou a juíza Silvana Freitas, coordenadora da Constelação Familiar no TJRO. Para ela os ganhos são imensuráveis, pois o aperfeiçoamento aguça a percepção de quem atua no processo para uma compreensão da raiz do problema.

A Constelação Familiar foi desenvolvida pelo terapeuta e pedagogo alemão Bert Hellinger. Voltada para o autoconhecimento, visa descobrir e reconhecer como os problemas que existiram nos antepassados ou os existentes na família afetam a pessoa ou de como ela é afetada por acontecimentos (passados ou atuais) da sua família e por vezes de seus amigos. Na terapia busca-se informações sobre fatos relacionados à família, para descobrir a causa do sofrimento.

Utilizada no âmbito da justiça, a constelação permite identificar os conflitos por trás das demandas judiciais gerando impacto tanto sobre os indivíduos envolvidos diretamente na causa quanto àqueles envolvidos indiretamente, como família e filhos, resultando não só na resolução da lide, mas na pacificação social. A terapia busca, portanto, a inclusão, pois é baseada em princípios como ordem, hierarquia e a busca pelo equilíbrio entre o dar e receber.

Para o vice-diretor da Escola da Magistratura de Rondônia, juiz Guilherme Baldan, ele próprio um magistrado contemplado com o curso direcionado aos juízes rondonienses, a constelação é uma nova maneira de encarar a Justiça, que precisa ser difundida e aplicada, a fim de solucionar, de fato, os conflitos. A mesma opinião é compartilhada pelo presidente do TJRO, Sansão Saldanha, grande incentivador da formação. “É uma tendência do Judiciário buscar novos caminhos, a exemplo do que definiu o próprio CNJ quando estabeleceu metas para a adoção da Justiça Restaurativa”.

A iniciativa da Emeron em formar juízes para utilização das técnicas da constelação em processos judiciais foi reconhecida internacionalmente por Antonia del Castillo, Diretora da La Montera, instituição espanhola referência mundial em ensino da Constelação Familiar.

Em carta enviada à Rondônia, Antonia destacou o pioneirismo da Emeron como a primeira escola de magistratura no mundo a promover a formação e a importância de municiar os magistrados de ferramentas, como a constelação, que possam auxiliá-los para uma atuação humanizada na solução de conflitos.

 

 

Fonte: www.cnj.jus.br


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